quarta-feira, 27 de maio de 2009

Diretor revela detalhes de série gay que estreia no Brasil em 2010

Cenário: Praia de Ipanema, Rio de Janeiro. Personagens: Um escritor, um dono de um salão de depilação e um jogador de vôlei. Ingredientes que parecem fazer parte do roteiro de uma típica novelinha adolescente, mas que, na verdade, compõem o piloto de uma série que promete revolucionar a forma como a homossexualidade é retratada na televisão brasileira.

Produzida pela Cabiria Entertainment, com sede em Los Angeles, a série caRIOcas "caRIOcas" utiliza casting 100% nacional para narrar as vidas de personagens aparentemente comuns que têm a mesma orientação sexual. A trama do programa, que está em fase de pós-produção, traz histórias impactantes e polêmicas, como toda boa série de TV.

Segundo o criador e diretor da série, André Mello, que também assume as funções de ator e produtor, "caRIOcas" pretende ir na contramão das produções brasileiras, que ainda dão pouco espaço à temática LGBT. "A ideia surgiu em parte da minha frustração com a televisão brasileira e com a falta de programação voltada a esse público", contou Mello em entrevista ao site A Capa. "Tive vontade de documentar a vida dos homens gays no Rio de Janeiro e no Brasil."

Em Los Angeles, onde mora há mais de 13 anos, Mello ouve constantemente a opinião de que o Rio é uma cidade "liberal". Por isso, a escolha da cidade para servir como pano de fundo não poderia ter sido outra. "Os turistas dizem isso com base em uma semana do ano, o Carnaval, ou na experiência que tiveram na Zona Sul e em alguns metros de praia, na rua Farme de Amoedo", relata. "Mas o Rio é uma cidade imensa e complexa. É isso que eu quero mostrar: não só a elite carioca, mas todas as classes e raças."

Os protagonistas de "caRIOcas" são Rodrigo (André Mello), um escritor que volta a morar no Brasil após anos trabalhando nos Estados Unidos; Marcos (Luciano Sant´Anna), dono de um salão de depilação; Paulo (Marcello Melo Jr.), jogador de vôlei de praia; Caio (Dionis Tavares), assistente de Paulo e apaixonado pelo chefe; Felipe (João Victor Lima), ex-namorado de Rodrigo que faz de tudo para conquistá-lo novamente; e finalmente Léo (Sérgio Menezes), militar casado que vive uma relação hétero e, ao mesmo tempo, tem um affair com Marcos.

O personagem de Rodrigo é a síntese do que a série quer mostrar: o fato de que homossexualidade pode ser sim encarada com mais naturalidade. "Rodrigo evita o Brasil a todo custo porque não se sente à vontade no seu próprio país", diz Mello. "Ele está ansioso para acelerar a 'evolução' da mentalidade dos cariocas e acaba se complicando, fazendo que o assistente de Paulo, Caio, adolescente do subúrbio do Rio, seja expulso de casa pela mãe evangélica", destaca o diretor.

Com previsão de estreia para o ano que vem, o piloto de "caRIOcas" foi apresentado para canais pagos, entre eles Multishow e GNT. "Estamos explorando todas as possibilidades para fazer com que a série alcance o maior número de pessoas possível", diz Mello, que torce para que a temática homossexual seja bem recebida pelo público brasileiro. "A intenção era criar uma série com personagens complexos e ricos. Personagens que têm famílias, namorados, esposas, mãe e pai, assim como todas as pessoas", afirma. "Também pensamos que não poderíamos excluir o telespectador heterossexual. Acho importante que eles assistam e descubram que as pessoas têm muito mais em comum do que se pensa."

Em relação à resistência de possíveis anunciantes, o diretor é prudente em afirmar: "Ainda é cedo para falar sobre isso, mas nos Estados Unidos o público gay é considerado um ótimo consumidor. No Brasil, os desafios são maiores, mas estou otimista."

Para o diretor, a TV precisa mostrar personagens gays de forma mais explícita e menos estereotipada, inclusive exibindo beijos entre eles. "Passei os últimos seis meses no Rio de Janeiro e o que vi me decepcionou muito. Em vários casos fiquei com raiva e muito chateado", relembra. "Acho inacreditável que o gay só seja retratado de forma cômica e ridícula. Acho que programas de comédia deveriam parar de usar palavras ofensivas como 'viado', 'boiola' e 'bicha', ainda por cima em rede nacional", critica. "Acho uma vergonha para o país."

Fonte: A Capa

domingo, 17 de maio de 2009

TP4



















A TP4 foi uma banda que descobri por pura curiosidade, assim como a grande maioria das bandas e cantores que ouço e gosto hoje em dia. E isso foi em umas poucas linhas da revista Simples. Assim, movido por ela ( a curiosidade ) fiz o pedido do primeiro disco, o Recycle Vol. 1, pela web e após a primeira audição nunca mais desgrudei.

A banda se prepara para o lançamento do terceiro disco: Something Stupid.

A seguir reproduzo um texto encontrado no site da Vivo que conta bem o meu modesto parecer sobre ela.

( Os grifos são meus )

"São Paulo, a maior metrópole brasileira, onde se dá uma impressionante confluência de informações inclusive artísticas, nasceu a TP4.
Longe de se alinhar com movimentos de culto ao kitsch ou revivals dos excessos estéticos dos anos 80, o grupo tem como foco de sua pesquisa a transformação ou reciclagem ( daí o Trash do nome ) das informações estéticas na música popular.

O oposto de um cover ( reprodução de arranjos originais ), mas uma subversão dos valores timbrísticos e estilísticos na música radiofônica ou popular de modo geral, brasileira e internacional.

Em seu primeiro trabalho fonográfico ( Recycle Vol. 1, de 2005 ), lançado no Brasil e na Coréia, incluiu músicas de sucesso em inglês, espanhol e italiano, sem nunca perder um certo "olhar brasileiro" sobre as obras.

O repertório foi de "Material Girl", sucesso da Madonna tranformado num xote (sic) com sotaque jazzístico, a "Close to you", clássico de Burt Bacharat e Hal David numa versão up beat, passando por Domenico Modugno ( "Volare" ) e o famoso bolero "Quizás, quizás, quizás".

A proposta do álbum foi a transformação, em alguns casos radical, do arranjo das músicas, se utilizando dos elementos e gêneros mais variados e prevalecendo uma sonoridade acústica, limpa, com elementos orientais e eruditos e ao mesmo tempo pop, dançante e bem humorada.

O disco teve ampla receptividade e se transformou em sucesso de público e crítica, conquistando mídia espontânea e visibilidade excepcionais, como a indicação ao prestigiado Prêmio Tim de Música na categoria Melhor Disco em Língua Estrangeira.

No ano seguinte, 2006, o grupo realizou o segundo trabalho, Super Duper. Desta vez optando também por músicas extraídas da música popular brasileira, realizando a releitura de autores consagrados como Chico Buarque ( "Geni e o Zepelim" ) e Dorival Caymmi ( "Maricotinha" ), assim como sucessos radiofônicos imortalizados por Alcione, Secos e Molhados e Jane & Herondi, reflexo do gosto popular no Brasil.

O disco ainda incluiu "Lithium", do Nirvana, num surpreendente arranjo de choro tradicional com naipe de madeiras, e "Puttin on the Ritz", sucesso na voz de Fred Astaire cuja releitura traz um acento grego nas cordas.

Este trabalhou apresentou uma sonoridade mais "pesada", combinando timbres de guitarra vintage, piano de concerto, vocais elaborados e um novo elenco de cantores convidados.

Atualmente, o grupo formado por Natalia Mallo ( baixista, vocalista, produtora e que também tem um ótimo blog sobre gastronomia ), Mariá Portugal ( baterista, vocalista, arranjadora ), Gustavo Ruiz ( guitarrista, violonista, arranjador e de um flickr incrível ) e Dudu Tsuda ( tecladista, arranjador ); prepara seu terceiro trabalho, que será lançado em 2009.

Para definir a linha de trabalho do próximo disco, o grupo faz suas experimentações ao vivo em shows vibrantes e cheios de improviso, onde executa também músicas de sua autoria.

O próximo trabalho trará uma sonoridade mais enxuta, será um disco "de banda", com menos convidados e o intuito de mostrar no disco um pouco da sonoridade ao vivo. Também terá composições próprias e temas instrumentais.

Em maio de 2008, o TP4 comemorou 4 anos de existência realizando sua primeira turnê européia. O grupo se apresentou em Londres, Lisboa e Cannes, onde foi a atração da Noite Brasileira do Festival de Cinema. Em seguida, em setembro seguiu para o Japão, para os shows de lançamento da edição japonesa de Super Duper, nas cidades de Tóquio e Toyohashi, ao lado de Fernanda Takai e Pato Fu.

O grande diferencial do TP4 e suas releituras é a sua excelência musical aliada a uma total liberdade criativa e à química cênica dos seus integrantes. Suas apresentações, que acontecem tanto em casas noturnas como em teatros e festivais, atrai platéias das mais diversas faixas etárias e socio-culturais, num verdadeiro happening dançante onde o público rapidamente desenvolve uma empatia pelo repertório, sentindo-se impelido a identificar ou adivinhar, a cada novo arranjo, qual será a música executada.

De fato, o TP4 é um grupo de forte presença cênica, e é conhecido pelo caráter performático e interativo de suas apresentações. As escolhas do grupo, na tentativa de realizar a releitura de músicas presentes na memória afetiva das platéias, partem da reflexão sobre a fronteira entre o popular e o comercial, o bom e o mau gosto, o preconceito, a música “datada” e a renovação e mistura de gêneros.

É uma tentativa lúdica de decifrar estes clássicos propiciando novos olhares sobre o já conhecido, o já ouvido. As influências musicais presentes na sonoridade incluem pilares da música brasileira como Caetano Veloso e Mutantes, passando pela chanson francesa e seus revisores (Serge Gainsbourg, Paris Combo), música cigana, klezmer, clássicos judaicos, Beatles, música eletroacústica, pop-rock, folk da América do Norte, tango, rock and roll puro, e tantas outras referências, presentes na bagagem individual de seus integrantes.A premissa do grupo é de fato entreter, fazer dançar e cantar junto, mas também contribuir à criação de novos critérios, novas formas de ouvir música popular, criar platéias mais abertas, com mais interesse em descobrir o diferente, o surpreendente e a mistura de gêneros e linguagens."

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ray Gun Covers ( para Patricia Dijigov e Eduardo Salvalaio )

Iniciada em 1992 em Santa Monica, Califórnia essa revista de rock alternativo foi dirigida por David Carson (fundador e diretor de arte) que fez experiências revolucionárias no design tipográfico em suas edições tão típicas dos anos 80 e 90, mas que têm sua origem mais próxima na pesquisa formal que o alemão Wolfgang Weingart iniciou ainda nos anos 70.

A revista apresentava um estilo caótico e não-canônico que explorava os limites da legibilidade tipográfica.

A revista foi publicada até 2000 com 60 números.

A seguir algumas capas de algumas edições: