segunda-feira, 29 de março de 2010

Discão

Falei sobre a Kyte Band em um post aí embaixo. E hoje, em uma agradabilíssima surpresa, eis que chega o disco novo dos moleques.

Kyte - Dead Waves (2010)
1-  The Smoke Saves Lives
2-  Ihnfsa
3-  You're Alone Tonight
4-  Designed For Damage
5-  Like She Said
6-  Fear From Death
7-  Each Life Critical
8-  No One Is Angry Just Afraid
9-  Guns And Knives
10- Fake Handshakes Earnest Smiles
11- Dead Waves
12- Strangest Words And Pictures

Se você já conhece a banda muito bem, vai curtir a novidade. Se você ouviu o EP lá de baixo, ouça o novo álbum também.
Mas se você achar que ainda precisa de alguma coisa a mais pra ser convencido, veja o belíssimo vídeo de Sunlight feito em stop-motion.

domingo, 28 de março de 2010

Irene

"Depois de rodopiar casa adentro sem paz nem descanso, há dias espremendo cravos no rosto, não escrevo desde o ano passado. O estado de represa não é exatamente um estado de repouso, mas de cheia e pressão. Estado de menstruação em atraso e amos contido. Alguma farpa no pé doendo, os peitos inchando e enchendo sem que haja filho. Estorvo e não escrevo. Não escrevo desde o ano passado. Se bem que o ano passou há pouco, pensei: palavras como filhos. Como eu queria escrever a história de um homem sentado em uma janela de trem em Minas, de terno escuro de linho e óculos, olhando a menina moça que vende doce de leite em forminhas de empada. Ele olha pra ela, depois o foguista ganha uns peixes do rapaz que um dia vai enamorar dela e casar. O rio corre ao largo sempre ralo e barrento. O homem de terno escuro olha como eu gostaria de ter olhado, a estação e a menina, que nem percebe o rapaz que deu os peixes e mora na pensão. Marília talvez fosse o nome dela. Marília de vestido amarelo amaria na relva o rapaz, somente para que eu pudesse compor o amarelo em Marília, ou o amor dos dois na relva. Caso pudesse suportar. Caso não fosse eu essa represa de poros por onde tudo vaza aos pouquinhos, escorreria entre mão da mãe de Marília em casa, ao redor das crianças menores e limpas. Tão limpas como o paninho bordado que forra a bandeja de doces. E o rapaz dos peixes eu o faria filho mais velho de uma mulher miúda e forte. Eles se amariam, aquela mulher e seu filho mais velho. Quando ela morresse, ele choraria enrolado no chão como uma cobra. e a ternura dos olhos da mãe fincando morada nos olhos dele. O homem de terno escuro me pergunta e agora? Ele quer saber pra onde eu vou levar essa gente e eu digo que essa gente me leva. A doçura do rapaz dos peixes me leva. O paninho bordado da bandeja de doces me leva, às tardes silenciosas quando bordávamos, minha avó e eu, na varanda que via o santuário. Me lembro do vento fresco e das agulhas furando o pano. Nossos planos miúdos e as roscas com café entre uma pausa e outra. A água molhando as rosas do jardim, a terra vermelha, e o silêncio, marcando tudo a ferro. Caladas, bordamos uma eternidade. Nos sabíamos irmãs, mesmo com o fosso do tempo entre nós. Nos sabíamos em silêncio a bordar. Foi quando aprendi a pegar o silêncio com as mãos, enfiar no buraco da agulha, e escrever. Tudo que escrevo desfio dessas tardes. Desvio dessas tardes. Escrevo a saudade dessas tardes. E um nó na garganta." ( Viviane Mosé )

Fresh

O domingo começa com um presente nas DMs,  um EP da tour japonesa da Kyte Band.
São apenas cinco músicas, sendo dois remixes, e que vale a pena conferir.
A maneira perfeita de começar um bonito dia.

Kyte é uma banda originária de Leicestershire, formada por Tom, Nick, Scott, Ben e Jamie, cujos sobrenomes são desconhecidos.
Pouco se sabe sobre a história da banda, mas pode-se dizer que o seu som é uma combinação de Post-Rock e Shoegaze, com pitadas eletrónicas, lembrando ora Sigur Rós, ora Chokiyu, mas sempre com bastante originalidade. (  last.fm )



Kyte - "Japan Tour EP"
1- Each Life Critical
2- Memories
3- These Lies, White Eyes
4- Lost Blood (ent remix)
5- Lost Blood (one day diary remix)







O que é bom dura pouco

Coisa boa pra mim é zapear pela tv e descobrir que a Net com sua infinita bondade ou descuido mesmo abriu todos os canais daqui de casa. Às vezes a euforia é tão grande que fico zapeando tão na emoção pra encontrar o que assistir que o sinal cai sem eu ter me fixado em qualquer coisa.
Mas hoje foi bacana.
Fim dos Tempos, com um roteiro bem fraquinho mas que devo confessar que curto bastante Mark Whalberg e logo depois, antes de acabarem com a minha alegria de pobre, Quem quer ser um milionário.
Esse último é um desses filmes da minha vida que eu fico com preguiça de ir ao cinema e espero que caia inesperadamente no meu colo.

Enfim, foi bom enquanto durou.
Obrigado a Net e um brinde a ACAPS!

sexta-feira, 26 de março de 2010

O melhor remédio é beber.

"_E aí? Comé que você tá?"
"_Um pouco drogado de corticóide mas tô bem."
"_Que isso... bebe aí vai, que isso tudo passa."

Bom, passar não passou. Mas que foi bom foi.