quinta-feira, 1 de abril de 2010

Não havia escapatória. E assim como todos os anos,  lá fui eu às compras dos ovos de Páscoa. E o meu lugar preferido de resolver esse tipo de coisa é a Americanas. A do centro de Vitória claro, que no SV só coloco meus pés em caso de extrema urgência.
Preparado para enfrentar empurrões, multidões, filas imensas no considerado último dia útil de se fazer isso lá fui eu. Totalmente preparado psicologicamente.
Comportadinho como um cidadão educado enfrentei todas essas coisas que me fazem ter vontade de fugir.
Beleza. Tudo certo. Tudo resolvido, bora pra casa.
No ponto de ônibus quatro criaturas fantasiadas faziam uma espécie de performance do erro.

Contabilizando:
 - 1 menina com uma mortálha branca e uma coroa de coelho na cabeça.
- 1 cidadão de bermuda e camisa brancas com um trapo vermelho amarrado transversalmente no peito. PS.: Cristo (WTF?!).
- 1 menina de calça xadrez, camisa, colete, boina gigante totalmente reggae e muito clichê.
- 1 camarada na mesma circunstância da guria aí de cima e também muito clichê.

Os dois primeiros faziam o papel do que a gente pode dizer "os protagonistas". Os dois seguintes, "os antagonistas".
E o discurso deles era o de provocar o povo no sentido de saber das pessoas qual era o real sentido da Páscoa e questionando o porquê desse consumo desenfreado de ovos DE CHOCOLATE.

Enquanto uma dupla falava uma coisa a outra vinha de frente e rebatia. Enquanto isso eu lá, com minha sacolinha cheia de chocolates numas de que nem era comigo e matutando minhas palavras caso viessem na minha direção.

Não tem como fugir do sistema.
Tudo bem, eu também sou a favor de um mundo e uma sociedade mais justa. Mas é muita inocência acreditar que seja possível viver totalmente fora dele.
Quer dizer, há sim uma maneira. Mudando pra Arembepe, pro Caparaó ou até mesmo pra Lost (e essa última, mesmo assim, olhe lá!).

O Natal é muito pior.

E pelo menos nessa época eu tenho uma desculpa boa pro chocolate: SEROTONINA.

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