quarta-feira, 29 de abril de 2009

E24


E24 é uma mistura de documentário e reality (docu-reality). O programa estreou dia 14 de abril e vai ao ar todas as terças-feiras às 22h30 pela Band e é uma parceira da emissora com a Cuatro Cabezas, mesma produtora do CQC.

O tema do programa são as ocorrências dos hospitais e seus prontos-socorros.

Dentro deles a equipe do E24 acompanha a ação dos médicos e enfermeiros nas salas e corredores diante das emergências que não param de chegar.

Do lado de fora, ao lado das ambulâncias e bombeiros, as câmeras (há de se salientar a boa edição do programa que contribui para a agilidade do mesmo) registram os paramédicos na luta pela vida.

Nos dois casos, a competência é fundamental e cada minuto é precioso.

“O programa conta essas histórias através de uma estética diferenciada, numa abordagem de realidade que se aproxima do documentário”, diz Elisabetta Zenatti, diretora artística e de produção da Band.

E as histórias não param de acontecer, principalmente em uma cidade como São Paulo, onde somente o Corpo de Bombeiros atende a cerca de 400 ocorrências por dia. Já o SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - registra cerca de 30 mil casos por mês.

“Já captamos cerca de mil e duzentas horas de gravação. Cada caso tem sua carga de drama, emoção, tensão, alegria, alívio e dor das vítimas, médicos e familiares. Muitas vezes o E24 acompanha o paciente desde a entrada no Pronto Socorro até a sua volta para casa. Há histórias em que também é possível fazer uma abordagem de prevenção”, diz Elisabetta.

No E24, não há apresentadores, nem narração em off, nem repórteres na frente das câmeras e isso é o que causa o diferencial. O que se vê na tela é uma sucessão de fatos, registrados no momento em que acontecem e explicados pelos próprios protagonistas: “O curioso é que os profissionais que aparecem no programa acabam se tornando conhecidos do público; viram personagens e até heróis de histórias reais”, ressalta a diretora da Band.

Um fator importante que Elizabetta também destaca é que “o foco não é a desgraça, mas o heroísmo, os médicos, os familiares, o esforço para salvar vidas”.

Acredito ter sido este um tiro (sem trocadilhos) certeiro da Band. O reality show surpreende como dito anteriormente, com sua edição ágil e a forma crua com que mostra a rotina dos prontos-socorros de hospitais públicos e dos resgates do Corpo de Bombeiros.
A trilha sonora, que poderia ser piegas e apelar para o sentimentalismo, é sóbria e contribui apenas para reforçar o clima de urgência dos atendimentos. Além disso, sem nenhum constrangimento, as câmeras mostram sangue, ossos quebrados e detalhes de cirurgias. Porém, em nenhum momento E24 é sensacionalista. As cenas são necessárias. Como mostrar a rotina de um pronto-socorro sem isso? Não há qualquer apelação.

No entanto, a emissora vem sofrendo pressões de autoridades ligadas à saúde e à segurança pública a não exibir a atração, segundo o colunista Flávio Ricco.

Agora é esperar pra ver onde isso tudo vai dar e torcer pra que uma atração de qualidade, visto as péssimas atrações da TV aberta, não seja tirada do ar em detrimento de um falso moralismo disfarçado que muitos negam existir neste país.

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